Na declaração final da Consulta do Artigo IV a Portugal, conhecida há minutos, o FMI refere que um dos riscos de médio prazo resultantes do programa de ajustamento prende-se com a perspetiva de um crescimento da economia demasiado lento e com impacto negativo no emprego. Este cenário poderá levar a uma emigração dos jovens portugueses mais qualificados, “situação difícil de inverter”.
No longo prazo, o país terá de fazer um esforço maior para levantar os obstáculos ao crescimento, nomeadamente quanto aos níveis educacionais, que ainda são baixos comparativamente aos principais países parceiros e competidores. No entanto, se a economia recuperar segundo o calendário previsto, Portugal terá de resistir ao afrouxamento das reformas, algo que colocou a economia no presente estado.
O FMI reconhece que os esforços internos para ajustar a economia terão de ser complementados por reformas na Zona Euro que permitam auxiliar Portugal no seu regresso aos mercados de financiamento, de forma perene e sem colocar em risco o equilíbrio das contas públicas, nomeadamente os encargos da dívida pública. Será importante clarificar os critérios de elegibilidade para futuros apoios do Banco Central Europeu (BCE), através da compra pela instituição de obrigações dos países em dificuldades, num momento em que o país inicia o caminho de regresso aos mercados da dívida.