As comparações com Portugal são inevitáveis. Os dois países têm dimensões comparáveis. De acordo com o World Factbook da CIA, o Chile tem pouco menos de 17 milhões de habitantes, enquanto Portugal vai nos 10 milhões. São também países marcadamente marítimos, conhecidos pelo bom vinho. Contudo, no que toca aos indicadores macroeconómicos, a balança pende para o lado chileno.
Certo é que, num país onde o desemprego roça os 19%, há quem procure paragens mais convidativas. E os números da economia chilena, parecem ser isso mesmo.
No indicador que mais interessa para quem quer emigrar, o do desemprego, não há semelhanças. Os dados da OCDE dizem que, em 2011, o desemprego no Chile era de 7,1%. E tem vindo a diminuir desde 2009, quando atingiu o pico de 10,8%.
No que toca à qualidade de vida – outro indicador que interessa a quem quer instalar-se noutro país – o Chile também já supera Portugal. O Chile já é o país da América Latina melhor posicionado no ranking de desenvolvimento humano, de acordo com os dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Assim, quem está a aproveitar o “boom” económico chileno – o país cresceu a um média de 6% do PIB ao ano em 2010 e 2011 – são as empresas portuguesas. De acordo com Erwan Varas, cônsul chileno em Lisboa, “em termos gerais há uma subida de vistos”, sendo que “a maioria são para empresas que enviam trabalhadores para o Chile”.
O que parece faltar ao país é mão-de-obra qualificada. No ano passado Felipe Larrain ministro das Finanças chileno, havia-o enunciado. “No Chile o problema não é haver um excesso de mão-de-obra. Pelo contrário, há uma escassez de trabalhadores”, disse à Reuters. Como tal, o governo está a ponderar modificar uma lei que restringia as empresas com mais de 25 trabalhadores de ter mais de 15% de estrangeiros na sua lista de pagamento.