O Governo vai ter que cortar 800 milhões de euros na despesa. A medida já tinha sido inscrita na última revisão do memorando de entendimento com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia e Banco Central Europeu (BCE) para fazer face a eventuais derrapagens na execução orçamental.
Na semana passada, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, avançou no Parlamento que a aplicação das medidas, ditas “contingentes”, poderá ter que ver a luz do dia ainda este ano, devido à queda do PIB no último trimestre do ano passado, maior do que o esperado, e às suas implicações em 2013.
Devido a essa contração, Vítor Gaspar aponta agora para uma recessão de 2% este ano, o dobro do que estava previsto.
O ex-ministro das Finanças Medina Carreira considera que nesta altura não há já muitas opções para um corte de 800 milhões de euros do lado da despesa. “Assim de uma forma rápida, como parece que tem que ser feito, é sempre ao mesmo sítio que se pode ir buscar o dinheiro: salários e pensões”, disse ao Dinheiro Vivo o economista.