Autarcas e dirigentes de universidades e
politécnicos do interior do país anunciaram hoje que vão pedir uma reunião
urgente aos ministros da Educação e do Desenvolvimento Regional sobre o futuro
das instituições de ensino superior."Vamos pedir, ao senhor ministro Adjunto e
do Desenvolvimento Regional e ao senhor ministro da Educação, uma reunião com
caráter de urgência para lhes apresentarmos alguns pontos que, no nosso
entender, minimizam, de facto, essas diferenças brutais que hoje existem" entre
o litoral e o interior, declarou o presidente da Câmara da Guarda no final de
uma reunião realizada naquela cidade. Álvaro Amaro falava aos jornalistas no
final de um encontro sobre "O ensino superior no interior do país", no qual
participaram representantes de 16 Câmaras, sete Institutos Politécnicos e de
três Universidades. O autarca referiu que a reunião serviu para delinear "uma
política essencial para combater as assimetrias" entre os estabelecimentos de
ensino superior das regiões do litoral e do interior. "Nós não queremos travar
nenhuma batalha do interior contra o litoral. O que nós achamos é que podemos
dar um contributo e as políticas públicas, neste caso no sistema educativo,
ainda mais ativas, podem dar um contributo muito grande para um país mais
equilibrado", sustentou. Referiu que os autarcas e os dirigentes que reuniram na
Guarda trabalham por "um país mais equilibrado" o que só se consegue "com este
eixo das políticas públicas que é o sistema educativo em geral e a política de
ensino superior em particular". O reitor da Universidade de Trás-os-Montes e
Alto Douro (UTAD), Fontaínhas Fernandes, deixou claro que as instituições de
ensino superior do denominado "arco do interior", conjuntamente com o poder
político, querem "fazer parte de uma solução para resolver o problema a que o
país assiste", que são os "graves desequilíbrios" entre o litoral e o interior.
"O Governo tem vindo a estudar a situação e penso que sairá mais confortado se
acolher as nossas opiniões e as medidas que estamos a elaborar", disse. Segundo
Fontaínhas Fernandes, os participantes na reunião estão a elaborar "medidas que
apontam no sentido de reforçar as instituições que existem, uma vez que elas
continuam a representar âncoras de esperança para o país enquanto âncoras de
fixação de população e de empresas". "Não se trata apenas de questões
específicas de financiamento. Estamos a falar da defesa do território, em fixar
pessoas, de fixar empresas, de contribuir para o desenvolvimento económico do
país", acrescentou. Os participantes no encontro vão elaborar um documento que
será posteriormente entregue ao ministro da tutela. O encontro de autarcas e de
dirigentes de instituições de ensino superior foi realizado no seguimento do
Congresso da Interioridade que decorreu em novembro, em Bragança.
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