Acaba a 14 de setembro a segunda fase de candidaturas para os vários Cursos de Especialização Tecnológica (CET’s) que o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai lecionar no próximo ano letivo. Este ano, pela primeira vez, o concelho de Almeida vai receber dois destes cursos pós-secundários, de ensino não superior, que poderão vir a proporcionar novas soluções à população do concelho raiano, mas também dos municípios limítrofes. Gestão de Animação Turística e Técnicas de Gerontologia são os dois CET’s a ministrar em Almeida, sendo que o primeiro também será lecionado em Seia e o segundo na Guarda. O presidente do IPG realça que não é a primeira vez que este tipo de cursos são organizados fora da Guarda e de Seia, recordando que a instituição também já o fez em Gouveia e em São Pedro do Sul. Em Almeida, Constantino Rei realça que a parceria estabelecida com o Agrupamento de Escolas local é «uma forma de otimizar recursos», indicando que «poderá haver professores excedentários» do agrupamento que poderão lecionar aulas dos dois CET’s. O responsável sublinha que neste momento estão a ser recebidas as candidaturas, estando «as coisas bem encaminhadas» para que o «desafio» colocado pelo Agrupamento de Escolas de Almeida e pelo presidente do município se concretize com sucesso. O presidente do IPG salienta a importância que estes dois cursos podem ter para a população local: «Sabemos que muitas das pessoas que frequentam estes cursos não têm capacidade de deslocação e se não fosse deste modo dificilmente teriam acesso a estas qualificações», refere. De resto, sustenta que a “deslocalização” dos CET’s se insere «na estratégia global do IPG e visa qualificar jovens e ativos inseridos no mercado de trabalho que têm maiores dificuldades de mobilidade». Constantino Rei acrescenta que, deste modo, o Politécnico está a contribuir «decisivamente para a qualificação das pessoas residentes em regiões do interior, fortemente desertificados», realçando ainda o benefício, em termos de qualificação, «para as empresas e instituições ali sedeadas». Também o presidente da Câmara de Almeida vê com bons olhos a vinda de CET’s para o concelho, já que são uma «mais-valia» e, nesse sentido, «temos de acolher todas estas iniciativas». Batista Ribeiro assume que «sempre» foi um «crítico da reforma do ensino a seguir ao 25 de abril», sustentando que «as escolas industriais eram uma mais-valia, esse papel foi secundarizado e o país pagou e continua a pagar caro por isso». O edil encara os CET’s como «uma forma de dar resposta a determinados setores» e «há muitos valores que se perdem porque não lhes é dada uma oportunidade». «O tempo o dirá mas espero que possamos ter adesão e penso que vai ser uma boa saída e, pelo menos, serão dadas novas oportunidades à população. Esses cursos também são importantes porque poderão ajudar a evitar o abandono escolar e espero que também possam oferecer novas saídas profissionais para quem os frequentar», reforça. Os CETs são uma formação pós-secundária não superior, que visa conferir qualificação profissional do nível 5. Aos mesmos podem aceder, entre outros, os titulares de um curso de ensino secundário ou de qualificação profissional de nível 4 e os alunos que, embora não o tenham concluído, tenham estado inscritos no 12º ano. Estes cursos permitem ainda o acesso ao ensino superior, podendo os alunos beneficiar de bolsas de estudo deste nível de ensino.
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