Engraxador, jardineiro, carpinteiro, motorista, operários de serviços florestais, vendedor ambulante, ama e cuidadores de idosos são algumas das profissões identificadas num estudo da Cáritas Portuguesa como oportunidades de negócio para desempregados de longa duração.
O estudo "Estratégia para a promoção do emprego e a dinamização do desenvolvimento local, enquanto fator de inclusão social", que será hoje divulgado no seminário "A Economia Social, o Emprego e o Desenvolvimento Local", lança o desafio de "retomar uma economia de serviços tradicionais que foram ultrapassados pelo self-service".
"Algumas experiências de sucesso mostram que há algumas oportunidades de negócio que podem responder a necessidades concretas preferencialmente vocacionadas para agregados familiares de rendimentos superiores ou para dar resposta a uma sociedade que envelhece", refere o estudo, a que Lusa teve acesso.
As ideias para novos empreendimentos sociais resultaram de um levantamento socioeconómico e económico-ambiental e da identificação dos interesses da comunidade, como o objetivo de "tornar as pessoas excluídas protagonistas do seu processo de inclusão, com projetos de negócios associados aos bairros ou locais onde vivem".
No estudo são identificados alguns setores com potencial de construção de negócios locais: "Ambiental e verde", "florestal e agrícola", "cultural", "serviços de apoio", "reabilitação de edifícios e património cultural edificado" e "cuidados à família e domicílios".
Nos bairros podem ser desenvolvidos pequenos negócios associados ao comércio tradicional, como minimercado, padaria, lavandaria, mas também de oferta de ofícios tradicionais para fora do bairro, designadamente dispor de uma instalação de utilização partilhada pelos diferentes ofícios, especialmente de serralharia, carpintaria e pintura.
Amas que desenvolvem a atividade em casa ou noutro local, a criação de uma empresa de inserção com serviços de gestão dos condomínios, dos espaços públicos nos bairros críticos, serviços de apoios às famílias (cuidar de idosos, limpeza doméstica, culinária, reparações, jardinagem), são outras ideias apontadas no estudo.
No âmbito da responsabilidade social, sugere serviços patrocinados por empresas para apoiar a criação de empregos para pessoas com baixas qualificações.
Nesse sentido, lança um desafio às "grandes empresas" de combustível para voltarem a colocar funcionários a abastecer as viaturas e recuperar o serviço de lavagem manual.
Aos empresários da hotelaria e das grandes áreas comerciais lança o repto para que incluam o serviço de engraxador nos seus espaços.
"Nos centros comerciais, um ponto de engraxador do tipo que se encontra em outras cidades no estrangeiro podia assegurar um rendimento aceitável a grupos de engraxadores", defende.
Ler mais: http://sicnoticias.sapo.pt/economia/2013/06/18/estudo-da-caritas-identifica-varias-oportunidades-de-negocios-para-desempregados
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