Prepara-se para pagar mais em quase tudo, ganhando menos. Saiba o que aumentou e em quanto este ano.
Todos os contribuintes vão sentir o aumento dos impostos este ano. O mais importante será o IRS, que terá uma subida significativa, mas o IMI, o tabaco e o antigo selo do carro também vão aumentar.
Reforma do IRS reduz escalões mas aumenta taxas O Governo reduziu o número de escalões de IRS dos actuais oito para cinco escalões. Os novos escalões de IRS variam entre 14,5%, para quem ganha até sete mil euros por ano e 48%, para rendimentos anuais acima de 80 mil euros. Actualmente são oito os escalões de rendimento e variam entre os 11,5% para os rendimentos até 4.898 euros e os 46,5% para quem ganha acima de 153,3 mil euros por ano.
Sobretaxa de 3,5%Os contribuintes terão também de suportar uma sobretaxa de 3,5%. A taxa será semelhante à cobrada em 2011 e implicou um corte de cerca de metade do subsídio de Natal acima de 485 euros. Mas, ao contrário do que aconteceu em 2011, a sobretaxa será agora cobrada mensalmente. O efeito conjunto do aumento das taxas e da sobretaxa vai fazer aumentar a taxa média de IRS de 9,8%, para os 13,2%. Em 2014, quando entregarem as declarações de rendimentos deste ano, os contribuintes terão de pagar mais imposto ou menos reembolso. Inicialmente a proposta do Governo apontava para uma sobretaxa de 4%, mas durante a discussão do Orçamento do Estado para este ano foi reduzida para 3,5%.
Trabalhadores independentes pagarão mais imposto Os trabalhadores independentes que estejam abrangidos pelo regime simplificado passarão a ter uma fatia maior do rendimento sujeito a IRS e um aumento da taxa de retenção na fonte. Assim, até aqui o Fisco considerava 30% do rendimento anual ganho como despesa, sujeitando a IRS os restantes 70%, mas agora esta percentagem sobe para 75%. Mas a proposta inicial do OE/13 sugeria um aumento da tributação para 80%. Apesar deste desagravamento face à proposta inicial, os trabalhadores a recibos verdes são os que vão ter o maior aumento de imposto a pagar em 2013 face ao ano anterior. Ainda assim, continuarão a pagar menos do que os trabalhadores por conta de outrem. Outra das alterações tem a ver com o agravamento da retenção na fonte que passa agora a ser de 25%.
Deduções fiscais são muito reduzidas Os limites às deduções e benefícios foram revistos. Apenas o primeiro escalão de rendimentos - até sete mil euros - fica de fora dos novos limites e poderá continuar a fazer as suas deduções, por exemplo, com despesas de saúde, como até aqui. A partir daí as deduções vão variando consoante os rendimentos. Quem ganha mais de 80 mil euros não terá direito a deduções. Por outro lado, os abatimentos com as despesas com a casa serão muito reduzidos. Até aqui, os contribuintes podem deduzir 15% dos juros de dívidas contraídas com empréstimos e rendas de casas até um limite de 591 euros. A partir de agora este limite baixa para os 296 euros. Por sua vez, as deduções pessoais - que são abatidas à colecta - são reduzidas de 55% para 45% do Indexante dos Apoios Sociais (IAS) - 419,22 euros. Para as famílias monoparentais, esta dedução cai de 80%, para 70%. Quem tem filhos sai beneficiado, já que o abatimento sobe de 40% para 45% do valor do IAS por cada dependente.
IMI sobe mas com cláusula de salvaguardaO processo de avaliação geral do valor patrimonial tributário dos imóveis vai levar a um aumento do IMI. Mas o Governo vai aplicar uma cláusula de salvaguarda que vai travar o aumento brusco do imposto. Nos próximos dois anos, o incremento não poderá ser superior a 75 euros ou a um terço da diferença entre o IMI resultante da reavaliação e o IMI devido no ano anterior. Mas em 2015, os contribuintes sentirão o aumento na sua plenitude. O Governo chegou a ponderar a não aplicação da cláusula de salvaguarda, aumentando o IMI já a partir deste ano. No entanto, e depois de várias críticas, o Executivo recuou. Têm sido muitos os alertas que dão conta dos aumentos do imposto que serão incomportáveis para muitas famílias já com dificuldades financeiras.
Imposto Único de CirculaçãoOs carros mais poluentes e os de grande cilindrada vão ser penalizados no Imposto Único de Circulação (IUC), o antigo selo do carro. Os carros com uma cilindrada (CC) superior a 2.500 e os que têm uma componente ambiental (CO2) acima de 180 g/Km, serão especialmente prejudicados. Os carros que reúnam estas duas condições - alta cilindrada e mais poluentes - terão aumentos ainda mais expressivos, de 10%. Mas as gamas inferiores também sobem, mas com menor intensidade: 1,3%.
Imposto sobre o tabacoO maior aumento do imposto do tabaco em 2013 incidirá no tabaco de enrolar que poderá atingir acréscimos de 1,5 euros. E nas cigarrilhas e charutos, cuja taxa passa de 15% para 25%. O objectivo do Governo é nivelar os níveis de tributação de todas as formas de tabaco para evitar o desvio de consumo que se tem registado para outros produtos depois dos cigarros, que, em 2013, terão também impostos agravados. O elemento específico do imposto para os cigarros sobe de 78,37 para 79,39 euros por cada mil cigarros. Um aumento que levará a que um maço de Marlboro passe dos actuais 4,2 euros para 4,3 euros ou que uma bolsa de 20 gramas de tabaco de enrolar da marca West suba dos actuais 2,5 euros para quatro euros.
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