Portugal regressou aos mercados com sucesso. Dois anos depois, o país conseguiu
colocar 2,5 mil milhões de euros, em dívida a cinco anos, acima dos 2 mil
milhões inicialmente previstos, tendo pago para isso uma taxa de 4,891%,
anunciou esta quarta-feira o Governo, pela voz da Secretária de Estado do
Tesouro. Da última vez, a 7 de fevereiro de 2011, tinha sido cobrado um juro de
6,4%.
Segundo Maria Luís Albuquerque, no leilão de
hoje a procura rasgou a barreira dos 12 mil milhões de euros.
Esta
emissão de dívida sindicada - apoiada pelos bancos BES, Barclays, Deutsche Bank
e Morgan Stanley - atraiu uma forte procura internacional. «Houve uma
participação muito significativa de não residentes. Só os investidores
estrangeiros absorveram 93% da emissão». Destes, 30% são norte-americanos.
Em
conferência de imprensa no Ministério das Finanças, a governante adiantou que
haverá outras emissões como esta. «Naturalmente que um processo de regresso
sustentável aos mercados implicará a realização de outras transações». Mais: a
emissão representa «uma melhoria das condições de financiamento de Portugal».
Ainda
assim, Maria Luís Albuquerque esclareceu que «as necessidades de financiamento
deste ano não dependiam da realização desta emissão de dívida». «É importante
dar este passo de regresso aos mercados, mas não foram as necessidades
financeiras imediatas que ditaram a decisão», disse.
O
Governo acredita que «as taxas de juro tendem a melhorar» e, como tal, «não
fazia sentido aumentar ainda mais o montante da emissão», explicou.
A ideia
é aproveitar a flexibilidade do mercado e «escolher as janelas de mercado
adequadas». Por isso, o Executivo garante que vai continuar a olhar para essas
oportunidades e realizar outras operações como a troca de dívida que ocorreu no
final do ano passado.
«Temos interesse em reconstruir toda a curva
de rendimentos da dívida portuguesa e, na altura adequada, realizar também
emissões a 10 anos».
«Estamos
a ganhar terreno em relação à Irlanda»
Sobre se
Portugal e Irlanda combinaram este regresso a emissões de dívida de longo prazo,
Maria Luís Albuquerque indicou que não. «O que houve foi um alinhamento de
objetivos. Concertação para a emissão em mercado propriamente dita não houve.
Acabámos por aproveitar ambos uma janela de mercado que em termos de tempo é
próxima uma da outra».
Ler mais: http://www.tvi24.iol.pt/economia---troika/regresso-aos-mercados-emissao-de-divida-ministros-das-financas/1412775-6375.html
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