quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Portugal é dos países da UE com mais fosso entre ricos e pobres

O fosso entre os mais pobres e os mais ricos diminuiu ligeiramente em Portugal nas últimas duas décadas, mas o país permanece como um dos «mais desiguais da União Europeia», segundo o estudo «Desigualdade Económica em Portugal».
«Ao longo dos últimos anos, a desigualdade familiar tem vindo a atenuar-se ligeiramente, como é demonstrado pela redução do índice de Gini [que aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos] em cerca de cinco pontos percentuais entre 1993 e 2009», refere o estudo, realizado pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) para a Fundação Manuel dos Santos.
Em declarações à agência Lusa, o coordenador do trabalho ressalvou que o estudo termina em 2009, último ano para o qual existem estatísticas oficiais sobre a distribuição do rendimento em Portugal: «De alguma forma, ele fica na antecâmara da actual crise».
Carlos Farinha Rodrigues observou que o estudo termina num ano que, provavelmente, representará «o fim de um ciclo de redução das desigualdades».
«Todos os sinais que nós temos aponta para que a probabilidade de haver uma inversão deste ciclo é muito grande», frisou.
Portugal é um país com elevados níveis de desigualdade de rendimentos familiares e salariais, que faz com que seja «um dos países mais desiguais da Europa», disse à agência Lusa Carlos Farinha Rodrigues.
«Esta evolução da desigualdade das famílias está intimamente associada à evolução dos rendimentos das famílias mais pobres em Portugal», explicou.
Entre 1993 e 2009, a proporção do rendimento total auferido pelos cinco por cento da população mais pobre duplicou.
Para esta situação contribuíram «as políticas sociais que viram o seu papel de redução da desigualdade aumentar fortemente» e «uma evolução dos rendimentos que permitiu uma distribuição mais equilibrada».
Contudo, ao longo do mesmo período aumentaram as desigualdades salariais.
«As desigualdades familiares diminuíram, ainda que pouco, essencialmente porque os indivíduos de menores rendimentos viram a sua situação melhorar», enquanto as desigualdades salariais aumentaram «por via do aumento dos rendimentos dos indivíduos que têm salários mais elevados».

Ler mais: http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=61198

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