As origens da cidade da Guarda perdem-se no
tempo. No entanto todos os povoados que aqui se edificaram tinham o mesmo
objetivo: a defesa e vigilância.
Já o nome de Guarda terá sido uma derivação de um
castro sobranceiro ao Rio Mondego, o Castro de Tintinolho,
identificada como a Ward visigótica.
Após o período romano seguiram-se períodos de
ocupação por parte dos visigodos, mais tarde pelo reino das Astúrias e também
pela civilização islâmica. Só após o processo da reconquista é atribuído o
foral, reconfirmando definitivamente a importância da cidade e da região.
Para defesa existem quatro portas na
cidade: a Torre dos Ferreiros; a Porta D' El-Rei; A Porta da Estrela ou da Erva;
e a Porta Falsa. A Porta dos Ferreiros, franqueando o acesso a arrabaldes
localizados a Leste era defendida por uma altíssima torre de vigia, de planta
quadrangular adossada ao exterior de muralha.
A Torre
dos Ferreiros é do séc. XIII, deve ser pouco anterior ao reinado de D. Dinis,
senão coeva. Devendo a designação de Torre de Ferreiros provir da atual rua da
Torre ter sido a rua dos Ferreiros. Uma das caraterísticas da fortaleza da
Guarda, que delimitava o burgo medieval, é a falta de ameias a coroar o muro,
sendo no entanto a Torre dos Ferreiros parcelarmente ameiada.
A Torre
dos Ferreiros é uma Torre alta em pedra com uma entrada em cotovelo com
guilhotina e era um dos baluartes mais importantes da cidade.
Dentro da Torre há três portas, que, quando fechadas, a tornavam inexpugnável.
Em frente do nicho do Senhor dos Aflitos existe a porta do meio, que é das
únicas que fechavam por guilhotina em Portugal. Está bem visível o vão por onde
descia a porta, que devia ser de ferro. Quase todas as cantarias desta torre
são sigladas.Existe um certo encanto medieval
pelas velhas ruas e muralhas que resistiram no centro histórico e guardam
memórias de batalhas vividas, de outras gentes e outros tempos. A Torre dos
Ferreiros, à qual ainda é possível subir, mostra uma panorâmica única da cidade
e é um excelente exemplo do passado bélico da urbe.
A taberna inserida nas Portas da Torre dos
Ferreiros foi celebrizada na obra de Tomás Ribeiro, como a Taberna de D. Jaime,
“bar medieval” que atualmente com a designação “torre6m” espera a sua visita.
Bom artigo. Algumas imprecisões históricas (sobre a alegada superioridade da metalurgia dos lusitanos...que não existia...e da resistência durante dois séculos aos avanços romanos, o que também não se verificou...).
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