Nova austeridade: a lista das medidas
Aumento da tributação sobre rendimentos de capital. Taxa liberatória
sobe de 25% para 26,5% e aplica-se aos juros, dividendos e mais-valias
mobiliárias, ainda este ano, e continua em 2013.
Nova taxa sobre os imóveis com valor superior a um milhão de euros,
em sede imposto de selo. Imposto terá efeitos já este ano e continuará em
2013.
Aumento da tributação sobre transferências para paraísos fiscais
também terá lugar já este ano.
Trabalhadores dependentes passam a contribuir para a Segurança Social com
18% do salário, conforme anunciou Passos Coelho na sexta-feira; este aumento
irá compensar a redução da contribuição da empresa. Os trabalhadores
independentes, a recibos verdes, também pagam mais: a taxa sobe de 29,6%
para 30,7%. O ministro garantiu que esta redução da TSU para as empresas irá
criar 1% de emprego.
Redução significativa do número de escalões de IRS a partir de 2013.
O ministro das finanças admitiu que a redução dos escalões levará a um
«aumento das taxas médias efetivas de imposto». Os pormenores serão
conhecidos na apresentação do Orçamento do Estado, mas sabe-se já que a taxa
mais elevada manter-se-á nos 46,5%, a que acresce a sobretaxa extraordinária de
solidariedade 2,5 pontos percentuais. A taxa de solidariedade já existe e
mantém-se também para as empresas com maiores lucros, que pagam mais IRC.
Contudo, Gaspar não clarifica a partir de que rendimentos os contribuintes
atingem o último escalão. Mantém-se, contudo, o nível mínimo abaixo do qual há
isenção de imposto.
Pensões sofrem corte entre 3,5% e 10%, acima dos 1500 euros, tal como
já acontece aos salários dos funcionários públicos, e como aliás estava já
previsto no PEC 4 e que acabou por não ser implementado.
Governo promete acelerar a redução do número de funcionários
públicos, a começar pelos trabalhadores com contratos a prazo, e reforçar
«esforço de racionalização da despesa de funcionamento das Administrações
Públicas». Vítor Gaspar prometeu ainda apressar a convergência com o setor
privado, no que respeita aos regimes de proteção social. O «Jornal de Negócios»
escreve esta quarta-feira que o aumento da idade de reforma na função pública,
atualmente em 63 anos e meio, e que deveria aumentar gradualmente até atingir os
65 anos em 2015, vai afinal atingir essa meta já em 2013.
Pensionistas mantêm corte dos dois subsídios
Funcionários públicos ficarão também, na prática, sem os dois subsídios
de novo. O corte de um subsídio mantêm-se, apesar do acórdão do Tribunal
Constitucional, e o outro será distribuido por 12 meses. No entanto, esse
subsídio, reposto e diluído, acabará por ser retirado através do aumento da taxa
de contribuição para a Segurança Social de 11 para 18 por cento, equivalente a
um subsídio.
Subsídio de desemprego e Rendimento Social de Inserção terão regras mais
apertadas;
Ministério das Finanças passa a ter controlo acrescido sobre posição
financeira das empresas publicas.
Encargos com as parceiros públicos-privadas serão reduzidos, mas Vítor
Gaspar não explicou como. Na conferência de imprensa de ontem, o ministro
garantiu que o Governo já alcançou uma poupança de mil milhões de euros em
negociações de contratos.
Além de anunciar quando estarão concluídas as privatizações da TAP e da ANA,
Gaspar deixou claro que quer alargar o programa de privatizações, uma vez que as
que estão em curso têm sido alvo de um «elevado interesse de investidores
internacionais».
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/funcao-publica-pensionistas-oe2013-austeridade-gaspar-governo/1374084-1730.html
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