O Hospital da Covilhã e hotéis da região vão assim oferecer produtos conjuntos de turismo de saúde a doentes de todo o mundo, num projeto nasceu em conjunto com a unidade termal H2otel, em Unhais da Serra, que pretende entrar no mercado do «turismo de saúde», segundo Luís Veiga, administrador do grupo Natura, proprietário daquele hotel. Trata-se de um setor que, em 2012, «deverá faturar 100 mil milhões de dólares em todo mundo», sendo que «Portugal tem uma fatia minúscula», sublinha, em declarações à agência Lusa. A unidade pretende começar a promover a oferta na feira internacional do setor, que se realiza no Mónaco, de 22 a 23 de março. Na prática, o hotel com termas está certificado pela Direção Geral de Saúde e tem uma equipa clínica que já hoje trata utentes com dificuldades nas vias respiratórios e obesidade. A partir de agora, pretende passar a oferecer um pacote especial prolongado para doentes que possam, ao longo da estadia, ser acompanhados também no Hospital da Covilhã. Luís Veiga aponta como exemplo as utentes que tentam engravidar no serviço de procriação medicamente assistida do Hospital da Covilhã ou pacientes que recuperam de intervenções do foro cardiológico. Uma estadia deste tipo no H2otel, totalmente personalizada, pode custar «cerca de 3 mil euros», inclui todas as deslocações ao hospital e promete resultar «numa recuperação mais eficaz», quando comparada com as situações de quem se desloca das consultas para casa. Por parte do Hospital da Covilhã, associado à Faculdade de Ciências da Saúde da cidade, estão ser identificadas as valências em que há capacidade para atender a população e ainda acolher estes novos pacientes externos. Miguel Castelo Branco, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira, acredita que a instituição tem bons trunfos para apostar neste mercado. A unidade tem certificação internacional de qualidade, há oferta termal e a Serra da Estrela como «forte atração turística». A aposta do CHCB surge num momento em que o Governo prepara uma estratégia nacional para as unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) entrarem neste nicho de mercado global. «Há aqui uma oportunidade muito boa e esta aposta do Governo português é muito importante», destaca Miguel Castelo Branco. Em Portugal, já há hospitais particulares dedicados a acolher doentes de outros países para períodos de recuperação e a ideia é que o SNS também entre no mercado, nomeadamente «os hospitais que têm acreditação internacional de qualidade». Por definir, estão ainda os preços que as unidades de saúde vão cobrar nestas parcerias com hotéis e os detalhes de todo o processo. Os contactos estão em curso e em fase adiantada, para que os produtos de turismo de saúde sejam disponibilizados já em 2013.
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