quinta-feira, 5 de julho de 2012

BCE desce juros para novo mínimo histórico nos 0,75%

O Banco Central Europeu baixou hoje em 25 pontos base a principal taxa de financiamento na zona euro. É a primeira descida em 6 meses. 
  
Desde Dezembro que a instituição liderada por Mario Draghi não mexia nos juros na zona euro, depois de ter cortado, nessa altura, o preço do dinheiro em 0,25 pontos percentuais para 1%.
Esta mexida nos juros era esperada pela maioria dos economistas sondados pela Bloomberg e também pela Reuters, perante o agravamento dos indicadores económicos na zona euro, assim como nos EUA e também na China. Os fracos dados económicos têm motivado nos investidores expectativas de que os bancos centrais mundiais devem avançar com medidas de estímulo económico, para tentar travar o abrandamento da economia mundial. O BCE concretizou hoje uma dessas medidas, descendo a principal taxa de financiamento na zona euro, que influencia os custos dos empréstimos às empresas e famílias da região.
Peter Praet, membro do Conselho Executivo do BCE, já tinha sinalizado, na semana passada, que não havia qualquer princípio que impedisse o banco central de descer os juros para baixo de 1%. "Não há uma doutrina que determina que os juros não podem descer para baixo de 1%", afirmou o responsável, acrescentando que "os cortes nos juros têm sempre impacto, mesmo que seja limitado".
O recuo nos juros rumo a um novo mínimo histórico, de 0,75%, também surge depois de o BCE ter vindo a ser alvo de fortes críticas da parte de diversos líderes europeus, devido à sua resistência em ter um papel mais interventivo no combate à crise da dívida soberana europeia, nomeadamente através da compra de títulos de dívida dos países da zona euro no mercado secundário. De acordo com dados divulgados esta segunda-feira, a instituição manteve-se ausente do mercado durante 16 semanas consecutivas, apesar do agravamento da crise de dívida, que se tem traduzido numa subida dos juros das obrigações espanholas e italianas.
Klaas Knot, membro do Conselho de Governadores do BCE, disse hoje que "o programa de compra de obrigações está num sono profundo, e que vai continuar assim".
As atenções voltam-se agora para a conferência de imprensa, que vai começar pelas 12h45, onde se espera que Draghi possa anunciar mais medidas de estímulo à economia da zona euro.


In Diário Económico

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