A campanha prevê uma redução de 10% na tarifa do gás e 2% na electricidade e promete anular os re centes aumentos anunciados pela ERSE.
A EDP decidiu contra-atacar no mercado liberalizado de electricidade e gás natural e arranca hoje com um oferta combinada, em larga escala, para os consumidores domésticos e pequenos negócios, numa reacção ao pacote de descontos apresentado, em Maio, pela Galp.
A proposta da EDP, Casa Total 10+2, contempla um desconto de 10% para o gás natural (escalões de consumo 1 e 2) e de 2% para a electricidade (potências contratadas acima de 3,45 kVA e até 20,7 kVA).
Trata-se, segundo o presidente do grupo eléctrico António Mexia, de uma campanha de Verão, cujo prazo de adesão decorre entre 1 de Julho e 31 de Agosto de 2012, mas que a empresa admite manter, ou até mesmo reajustar, no início do próximo ano.
À semelhança da petrolífera, liderada por Ferreira de Oliveira, esta oferta não obriga os clientes a manterem um prazo mínimo de fidelização e permite, segundo António Mexia, "anular os recentes aumentos anunciados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE)".
Com o fim das tarifas reguladas para uma pequena franja consumidores domésticos e pequenos negócios, o regulador fixou, a partir de 1 de Julho, tarifas transitórias para os consumidores com potências de electricidade contratadas acima de 10,35 kVA e consumos superiores a 500 m3 anuais de gás natural. No primeiro caso a subida anunciada é de 2% e no segundo de 7%, abrangendo 716 mil consumidores nacionais de electricidade e 146 mil no gás natural.
Se estes clientes não quiserem sair já para o mercado liberalizado - onde poderão permanecer no máximo até 2015 - ficam sujeitos a revisões trimestrais da tarifa transitória por parte do regulador. Até agora, os preços regulados mantinham-se estáveis durante um ano.
A partir de 1 de Janeiro do próximo ano será então a vez do grosso dos clientes de electricidade, abaixo de 10,35 kVA de potência contratada (4,8 milhões), e de gás natural com consumos abaixo de 500 m3 anuais de gás natural (1,1 milhão), verem as suas tarifas reguladas chegarem também ao fim, por imposição da ‘troika'.
Para este grupo, que ainda se mantém na tarifa regulada, a ERSE determinou igualmente, a partir de deste mês, um agravamento de 6,9%.
Só a partir de 2013 é que este universo fica sujeito às chamadas tarifas transitórias. Podem, no entanto, se assim o desejarem passar, desde já, para o mercado liberalizado.
O Casa Total 10+2 da EDP é vocacionado sobretudo para a captação de clientes de gás natural, já que os 2% de desconto dados para a electricidade são idênticos à EDP Casa, outra solução para as famílias, mas circunscrita apenas ao fornecimento de electricidade.
António Mexia defende que continua a ser difícil concorrer, na área da electricidade, com a tarifa bi-horária, que acusa de ser subsidiada. Uma vantagem competitiva que tenderá a desaparecer a prazo, sublinha o gestor.
A EDP foi a primeira energética a avançar com uma oferta combinada de electricidade e gás natural. O projecto-piloto permitiu-lhe angariar cerca de seis mil clientes, aos quais soma cerca de 400 mil só no mercado liberalizado de electricidade. Para este incremento contribuiu, em grande parte, a recente campanha com o Continente. Uma iniciativa que se traduziu num desconte de 10% do valor da potência contratada e do consumo de electricidade, devolvendo este valor em vales desta cadeia de distribuição.
Ana Maria Gonçalves in Diário Económico
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