domingo, 8 de julho de 2012

Passos recusa "proletarização baseada nos recibos verdes"

Primeiro-ministro reconhece ser "perverso" o recurso a empresas de trabalho temporário para resolver necessidades permanentes do Serviço Nacional de Saúde. 
  
O primeiro-ministro garante que o Governo tem aumentado a contratação de "recursos permanentes" na saúde, reconhecendo ser "perverso" o recurso a empresas de trabalho temporário para responder a necessidades permanentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Passos Coelho falava na festa do 38.º aniversário da Juventude Social-Democrata (JSD), que decorreu no Estoril (Cascais), e respondia ao presidente desta estrutura, Duarte Marques, que o confrontou com o caso dos enfermeiros contratados para trabalhar em serviços públicos a troco de menos de quatro euros por hora.
O primeiro-ministro reconheceu que antes das eleições de há um ano o PSD deu razão à JSD e considerou que o país não pode aceitar uma "proletarização da juventude portuguesa baseada em recibos verdes, em que as pessoas são obrigadas a pagar com os recibos verdes aquilo que as entidades que as contratam não estão disponíveis para pagar".
"Tens toda a razão, temos de rever essa situação", disse Passos Coelho, dirigindo-se a Duarte Marques, a quem prometeu "estudar" e "avaliar" estes casos. E acrescentou de seguida: "O Estado tem vindo, com este Governo, a resolver vários problemas estruturais do próprio Estado. Um deles tem que ver com esse, o recurso via trabalho temporário para resolver necessidades que são permanentes".
Para o primeiro-ministro, as necessidades "ocasionais não podem deixar de ser servidas por soluções de conjuntura, com recurso à contratação de empresas que assegurem, por curtos períodos de tempo, as necessidades que o Estado tem".
"Mas onde as necessidades são permanentes, é perverso recorrer a estas soluções", afirmou, acrescentando: "Por essa razão, nomeadamente no sistema de saúde, temos vindo a aumentar a disponibilidade para contratar, em termos permanentes, novos recursos.
Isso tem sido patente até nas conversações que se vêm mantendo com a Ordem dos Médicos e os sindicatos a propósito deste pré-aviso de greve", afirmou, referindo-se à greve convocada pelos representantes dos médicos para 11 e 12 de julho.

in Diário Económico

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